Exame pode custar mais de R$ 500 e pesa no orçamento. Com a instalação do aparelho na capital da Transamazônica, procedimento passará a ser oferecido de graça.
“Com fé em Deus agora vai melhorar, pois precisei fazer um exame e tive que pagar”. Marlene dos Santos da Silva tem hérnia no ovário e precisou desembolsar R$ 550 apenas por uma sequência de imagens, para confirmar o diagnóstico e desenvolver o tratamento. A tomografia computadorizada foi a única saída para a paciente, que é moradora da vila Sol Nascente, no Assurini, e também tem despesas com passagens e hospedagens.
Mas, em breve, Marlene, e outros pacientes com problemas parecidos, não vão mais passar por isso. Um convênio entre a prefeitura de Altamira e o governo do Estado, permitirá que o Hospital Geral de Altamira possa oferecer exame de imagens, através do Sistema Único de Saúde (SUS). O aparelho é o primeiro da rede pública, na região, e está nos ajustes finais da instalação.
O ganho da população será imediato. O tomógrafo conta com 16 canais, que, na prática, tornam o exame de imagem mais preciso e muito mais ágil. Vera Lúcia é irmã de Marlene, e a acompanha nas consultas médicas. Ela conta que, mesmo após pagar pelo exame, levou cerca de 3 meses para conseguir agendar o retorno com o médico e apresentar os exames.
“(Com o tomógrafo aqui) fica melhor porque o andamento é mais rápido, porque ao invés dela ter esperado já batia aqui e a consulta também, já era mais rápido. Tendo aqui é um gasto a menos, pois facilita a vida de muita gente. É um processo meio doído para o bolso das pessoas, porque às vezes você não tem dinheiro e deixa de comprar o alimento para gastar na saúde, e tendo pelo SUS vai ajudar muito as pessoas que necessitam, porque muitas vezes fica fila de espera”, afirma Marlene.
Com 111 leitos para uma população de mais de 100 mil habitantes, o Hospital Geral de Altamira (HGA) é referência no atendimento de baixa e média complexidade. A unidade hospitalar recebeu uma série de obras de reformas, além de investimentos em equipamentos e pessoal, para devolver a pacientes, acompanhantes e servidores, uma infraestrutura adequada para um atendimento seguro.
“Com o tomógrafo adquirido por Altamira, será possível ter respostas médicas mais efetivas, e assim, somar no diagnóstico, pois irá atender todo o universo clínico, ambulatorial e traumatológico”, destaca o engenheiro clínico, Antenor Vinicius, responsável pela implementação mecânica do equipamento.
O tomógrafo de 16 canais do HGA tem capacidade de atender mais de 50 pacientes em um intervalo de 24 horas. Até então, somente o Hospital Regional Público da Transamazônica (HRPT) oferece esse serviço pelo SUS em Altamira, mas agora, com a aquisição do novo equipamento pela prefeitura, as demandas do município serão atendidas no HGA, diminuindo a fila de espera para esse procedimento.
O engenheiro clínico ressalta que o equipamento possui “tecnologia atualizada (não defasada) que atenderá por muitos anos os pacientes que necessitam de atendimento, e possui uma capacidade de varredura que permite que os médicos consigam visualizar características como: acompanhamento de vasos mediante aplicação de contraste, fazendo um uso bem feito e total, do equipamento”.
O HGA conta, ainda, com uma agência transfusional, que permite acesso a bolsas de sangue para cirurgias, sem necessidade de espera dos pacientes. A unidade hospitalar também é equipada com uma ala indígena com 10 leitos adaptados ao estilo de vida nas localidades tradicionais, valorizando, assim, a cultura e as tradições dos povos.