Após três dias de bloqueio, por indígenas e moradores, da estrada a partir do porto da Balsa que dá acesso à região da gleba Assurini, foi realizada na tarde desta quarta-feira, 25 de agosto, uma reunião na sede do Ministério Público Estadual (MPPA), para discutir a situação. O MPPA estava representado pelo promotor Daniel Bonna. A promotora Thaís Santis, do MPF, participou on-line da reunião, que teve o objetivo de tentar liberar o tráfego na TransAssurini, para que centenas de produtores possam voltar às suas atividades normais.
Os manifestantes cobram a imediata execução de obras de recuperação em 17km de estrada, da Agrovila Sol Nascente até a região do igarapé Ituna, mas apesar do documento estar assinado por parte da prefeitura de Altamira e pela Norte Energia, e o processo estar sendo agilizado na empresa construtora da UHE Belo Monte, para que em breve os recursos sejam liberados e assim a prefeitura comece os serviços, os líderes do protesto querem que o bloqueio permaneça, apesar de estar causando enormes prejuízos à toda a região.
Produtores rurais e agricultores familiares estão impedidos de escoarem suas produções. O combustível que abastece as máquinas que já atuam na recuperação de outros pontos cruciais nas 4 Bocas/Travessão do Pimentel, também está retido no bloqueio, e agora as equipes da SEMOVI estão sem trabalhar, interrompendo o andamento de obras que já estavam acontecendo em outros trechos.
Dentre as reivindicações feitas pelo cacique Jardel Juruna, a principal é que eles queriam que a empresa AGL fizesse o trecho. Ocorre que o valor cobrado por esta empresa para a execução dos serviços no trecho localizado no município de Senador José Porfirio é 5 vezes maior do que o que a prefeitura de Altamira vai fazer por execução direta. Com um valor muito menor por quilômetro, mais trechos poderão ser recuperados na região da gleba Assurini e muito mais pessoas serão beneficiadas.
De acordo com o contrato firmado com a empresa Norte Energia, após todos os trâmites legais terem sido concluídos, dentro de até 20 dias a NESA realizará o depósito da primeira parcela, para que a obra seja iniciada. Priscilla Couto, secretária da SEMOVI, afirmou que caso o valor seja antecipado deverá adiantar a mobilização das equipes e máquinas para fazer os 17km da Sol Nascente até o igarapé Ituna.
Depois da reunião no Ministério Público, os representantes da prefeitura se reuniram e informaram que darão continuidade ao diálogo com os representantes da Assurini quando o bloqueio for suspenso, pois isso está causando sérios transtornos e prejuízos para os moradores daquela gleba.
Lembrando que a solução já foi apresentada na reunião no Ministério Público e o início dos trabalhos depende apenas do recebimento da primeira parcela do contrato com a Norte Energia, pela prefeitura, que executará diretamente as obras.
A prefeitura de Altamira esteve representada pelos secretários municipais de Agricultura (SEMAGRI), Almir Uchôa Segundo; de Viação, Obras e Infraestrutura (SEMOVI), Priscila Couto; pelo Presidente da Altaprev, Gustavo Mafra, e pelo Procurador Geral do Município, Ricardo Barboza. Também estava presente o presidente em exercício da Câmara, vereador Jaime.
O cacique Jardel Juruna, líder do bloqueio; os vereadores Nelsinho Campeiro, Thaís Nascimento e 2 outros representantes dos manifestantes também compareceram.
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