Altamira inicia debates do II Concerto Ambiental trabalhando os temas desmatamento e bioeconomia

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O II Concerto Ambiental de Altamira começou na manhã desta sexta-feira (14), no Centro de Eventos Vilmar Soares. A série de debates sobre conservação ambiental, reuniu neste segundo dia de Concerto, vários especialistas, sociedade civil e movimentos sociais em prol do meio ambiente. As atividades da manhã foram voltadas a apresentar os índices de desmatamento no município e as oportunidades para a implantação da bioeconomia na cidade, usando os recursos da natureza.

O evento promovido pela Prefeitura de Altamira, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA), conta com a participação de representantes de órgãos governamentais, universidades, empresas e organizações da sociedade civil. A abertura foi realizada pelo Secretário da SEMMA, Ubirajara Umbuzeiro Júnior, que apresentou dados sobre a conservação florestal e desenvolvimento socioeconômico da cidade. O maior município do país, com 159.533 km² e 126.279 habitantes, possui 89% de floresta preservada, com 142.093 km², e 4% do desmatamento feito de forma ilegal, com 6.127 km², registrado entre o período de 2008 a 2022.

Atualmente Altamira passa por um processo de enfrentamento desta prática, saindo do posto de maior município desmatador no ano passado. “O trabalho realizado envolve políticas públicas de fiscalização em áreas adjacentes da sede do município. O Concerto Ambiental contribui muito para que a gente comece a sensibilização sobre o desmatamento e possamos assim evitar o crescimento desta prática”, afirma Ubirajara Junior.

Bioeconomia em Altamira

O primeiro dia de palestras também foi voltado para a bioeconomia, setor que utiliza recursos biológicos para a produção de bens e serviços. A bioeconomia tem o potencial de gerar empregos, renda e desenvolvimento econômico, além de contribuir para a conservação da biodiversidade e a proteção do meio ambiente.

O professor doutor da Universidade Federal do Pará (UFPA-Campus Altamira), Anderson Serra, destacou que a cidade de Altamira tem um grande potencial para desenvolver a bioeconomia por meio das comunidades tradicionais. “Eu costumo dizer que Altamira tem uma vocação natural em diversas visões e matrizes das bioeconomias. Altamira, em sua condição natural e por ter 12 terras indígenas, 9 unidades de conservação, 8 assentamentos rurais e 89% da sua cobertura vegetal, tem uma vocação natural para promoção das diversas possibilidades da bioeconomia”, explica.

Cadeias Produtivas

A diretora de cadeias produtivas, indicação geográfica e agregação de valor do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Fabiana Villa Alves, destacou o trabalho da pasta pertencente ao Governo Federal sobre as cadeias produtivas descarbonizadas, que visa buscar estratégias de mitigação e emissão de gases de efeito estufa (GEEs) e que, segundo ela, vem de encontro com o que Altamira pretende fazer. Para a diretora, os produtos agropecuários devem estar integrados com a floresta e conservação. Ela ressaltou a produção de alimentos, fibras e grãos na região, mostrando que é possível conservar e produzir de forma simultânea e em harmonia com os diferentes povos e comunidades tradicionais.

“A sustentabilidade deve ser entendida como um tripé. Você tem a sustentabilidade ambiental, financeira e social. Quando a gente consegue capturar valor na floresta, agregar valor à essa floresta em pé e em produtos da sociobiodiversidade (conceito que expressa a inter-relação entre a diversidade biológica e a diversidade de sistemas socioculturais, povos e comunidades tradicionais), o produtor conserva sua floresta e esse território realmente é valorizado”, disse a palestrante.

Ainda ao longo das mesas de debate da manhã, outros assuntos foram abordados como a recomposição e manejo de recursos florestais, incluindo projeto de pagamento por serviços florestais, sistema agroflorestal como alternativa de recomposição de áreas alteradas, manejo de recursos não-madeireiros e restauração ambiental como mitigação das mudanças climáticas.

O II Concerto Ambiental segue no sábado (15) com debates sobre harmonia rural, incentivo ao desenvolvimento sustentável e projetos sustentáveis. O evento encerra no domingo (16) com um passeio ciclístico por pontos da cidade, plantio de mudas arbóreas, leitura de metas ambientais da “Carta de Altamira” e shows musicais.

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