Iniciativa da Prefeitura de Altamira, o ‘Gabinete de Emergências’, composto por oito secretarias e coordenadorias ligadas à administração municipal, conta agora com mais três reforços: Corpo de Bombeiros, Exército e Polícia Militar. A integração das novas forças foi celebrada na tarde desta terça-feira, 9 de abril, na Secretaria Municipal de Segurança Pública (Segmuc), pasta responsável pelo grupo de monitoramento e assistência humanitária a famílias atingidas pelas fortes chuvas em Altamira.
Poder contar com três importantes instituições de defesa da população é uma conquista para a Prefeitura, mas, mais do que isso, é a confirmação de como a estratégia montada pela administração municipal se concretizou seguindo caminhos de especialistas nesse tipo de atuação. É o que destaca o coordenador do ‘Gabinete de Emergências’, Oduvaldo Júnior. “A gente vai ter mais celeridade, mais agilidade para poder resolver os problemas que a gente está enfrentando neste momento de muita chuva”.
Subcomandante do 16º Batalhão da Polícia Militar, Major Marcos explica que a PM passa a integrar o ‘Gabinete de Emergências’ como órgão de articulação, também se dispondo a acompanhar ações em pontos críticos, quando o efetivo precisar ser reforçado. “A Polícia Militar está 24 horas nas ruas e também está observando esse cenário faça chuva ou faça sol. A gente também tem esse olhar dos riscos que podem estar acontecendo na cidade”, comenta o subcomandante do 16º BPM.
Com vasta experiência em operações de resgate, áreas de desastres naturais e ajuda humanitária, Major Gilmarcos, comandante do 9º Grupamento de Bombeiros Militar, fez importantes apontamentos para a equipe recém-formada pela Prefeitura, como, por exemplo, como a Defesa Civil de Altamira pode mapear os pontos mais críticos, aqueles propensos a maiores impactos durante fortes chuvas, enxurradas ou inundações.
“A gente se colocou à disposição do município para estar auxiliando em todas as fases da gestão de riscos e desastres”, esclarece o Major. Com geografia diferente de outros municípios da região Xingu, como Senador José Porfírio e Porto de Moz, Altamira não enfrenta diretamente alagações causadas pela subida do rio. Os problemas por aqui são acentuados de outras formas.
Enxurradas provenientes do entupimento de bueiros, ou da força da água da chuva, além de possíveis deslizamentos de terras, devem ter maior atenção dos órgãos que atuam na contenção de crises. “Nós temos as nossas equipes 24 horas de serviço prontamente para atender todas as ocorrências como enchentes, enxurradas e deslizamentos, ou qualquer outro evento que possa vir proveniente de chuvas. Além disso, temos todo o assessoramento técnico para o município de Altamira”, pontua o comandante do Corpo de Bombeiros.
Precisou? Pode chamar o ‘Gabinete de Emergências’. O serviço pode ser acionado pelo WhatsApp (93) 99121-1554, e está disponível 24 horas por dia.
Situação de Emergência e auxílio a famílias atingidas
Por causa das fortes chuvas que caem sobre o Xingu e a Transamazônica, alguns municípios decretaram situação de emergência. É o caso de Anapu, distante 140 quilômetros de Altamira e quase 700 quilômetros da capital paraense.
Há quem questione se Altamira caminha para fazer o mesmo. Por ora, de acordo com a Defesa Civil do Município, não existe sinalização. A orientação é manter sentinela sobre o comportamento do clima e temporais. Qualquer decisão será tomada a partir de relatórios criteriosos. O principal objetivo neste momento é dar assistência a famílias mais afetadas.
A Secretaria Municipal de Assistência e Promoção Social (Semaps) é responsável por acompanhar de perto onde estão as pessoas em situação mais crítica. Cabe ao município, quando necessário, o auxílio direto, como doação de cestas básicas, colchões e até aluguel social. A Prefeitura também pode contar com o apoio dos governos Estadual e Federal, que deverão ser acionados se o quadro em Altamira piorar nas próximas horas.
Vem mais chuva por aí
Durante a reunião que anunciou a chegada de três reforços para o ‘Gabinete de Emergências’ de Altamira, na tarde desta terça-feira, o Corpo de Bombeiros apresentou números que acendem o sinal de alerta para situação parecida com o que aconteceu dias atrás quando, em 3 de abril, um temporal fez chover o equivalente ao esperado para quase cinco dias.
Para a próxima semana, especialmente 16, 17 e 18 de abril, Altamira deve ter novas frentes com potenciais temporais e enxurradas. Para a quinta-feira (18) é esperado o pico com 13milímetros de chuva. Mesmo que isso não seja suficiente para fazer com que o rio Xingu alcance cota máxima de risco: 9,5 metros, o Corpo de Bombeiros reforça que é preciso manter a atenção para os impactos que podem ser causados.
Missão para o ‘Gabinete de Emergências’, que não apenas une forças para evitar um caos, mas é a chancela a medidas que colocam o maior município do Brasil, mais uma vez, na vanguarda, mesmo em tempos em que a mãe natureza, e apenas ela, é que dita as regras.