Prestes a se aposentar da carreira de professor, José Carlos Guimarães buscava uma nova ocupação após tantos anos dedicados ao ensino. E ele encontrou essa paixão na gastronomia, especificamente no ramo do chocolate. A afinidade com o cacau foi tão grande, que José decidiu empreender e criou sua própria marca de chocolates, a “Dôralícias”. Inicialmente, ele participou de um minicurso sobre técnicas de chocolate, que despertou ainda mais seu interesse.
“Sou professor há muitos anos, e já estava no final da carreira, quando conheci o cacau e o chocolate, e me apaixonei. Comecei a pensar no que faria nessa nova fase da vida e me envolvi com um para fomentar minifábricas em Altamira. Em 2021, fiz um curso, mas muito compacto e só depois, fiquei sabendo sobre o curso de chocolatier ofertado pela Prefeitura e a Abelha Cacau. Sempre quis participar, mas os compromissos com os eventos da marca me impediam. Na última edição, consegui me inscrever e foi muito gratificante“, conta José.
Segundo ele, o curso além de ter ensinado sobre o manuseio do chocolate, também abordou o empreendedorismo e a importância de divulgar os produtos. “Esse conhecimento foi essencial, pois permitiu dar visibilidade ao nosso trabalho e conquistar novos mercados. É um caminho que não pode parar, pois abre oportunidades e inspira muitos a se apaixonarem pelo cacau, um fruto que chamamos de ‘ouro’”, relata
José Guimarães é um dos 7 novos chocolatiers formados no dia 31 de outubro, chegando à marca de 130 profissionais capacitados em Altamira. O curso, oferecido pela Prefeitura de Altamira por meio da Secretaria Municipal de Agricultura (Semagri), em parceria com a empresa Abelha Cacau, integra o programa ‘Fruto de Ouro’. Desde junho de 2023, o curso buscou formar profissionais no manuseio do chocolate e fomentar o empreendedorismo.
Altamira é destaque como uma das cidades maior produtoras de cacau da região da Transamazônica e do Xingu, sendo um dos 10 municípios brasileiros que mais exportam a amêndoa, conhecida internacionalmente por sua qualidade. A maior parte da produção está na Gleba Assurini, zona rural do município, que conta com cerca de 20 milhões de pés de cacau e produz anualmente 7 mil toneladas de amêndoas.
Para Gilson Oliveira, secretário de Agricultura, o curso mudou a mentalidade de produtores de cacau de Altamira, que antes só cultivavam o fruto para a venda das amêndoas. “A gente vem num crescente do cultivo de cacau, mas antes do curso as pessoas plantavam cacau somente com o entendimento de vender as amêndoas e hoje é nós estamos fechando o curso com 130 chocolatiers, que já vão ter esse conhecimento para disseminar para a sociedade e principalmente para os agricultores, que o cacau não é somente o cultivo para a venda de amêndoas, mas principalmente, para a venda de subprodutos que agregam valor para a cacauicultura”.
Texto: Antonio Luiz Ferreira – Ascom/PMA