Janeiro também é reconhecido como o “Janeiro Roxo”, fruto de uma campanha nacional dedicada à conscientização sobre a hanseníase. Durante esse mês, diversas instituições de saúde promovem palestras e eventos educativos sobre o tema. Nesta quarta-feira (29/01), os pacientes do Centro de Saúde Ilvanir Denardin assistiram à palestra sobre o tema.
O evento foi organizado pelos profissionais de saúde do centro, e contou com a presença do titular da SESMA, Maurício Nascimento. Os pacientes que aguardavam atendimento elogiaram a iniciativa, onde ouviram sobre os sintomas, causas, tratamentos, preconceitos e medidas preventivas sobre o tema.
A doença, antigamente conhecida como lepra, é caracterizada por manchas brancas nas mãos, na barriga, na região das costas, geralmente com perda de sensibilidade, mas também pode aparecer como mãos em garra, conforme explicou a Coordenadora da Zona Rural no Centro de Saúde, a enfermeira Gabriella Miranda.
Ela ressaltou que o desconhecimento pode atrapalhar o tratamento. “As pessoas acreditavam que a transmissão podia acontecer por meio do uso compartilhado de talheres e não é bem assim”. Ela esclareceu que a transmissão ocorre por intermédio das vias aéreas (secreções nasais, gotículas da fala, tosse, espirro) de pacientes sem tratamento. O paciente que está sendo tratado deixa de transmitir a doença, cujo período de incubação pode levar de três a cinco anos. “É importante que as pessoas que estão em contato direto com o paciente procurem a unidade de saúde, USF mais próxima ou pode vir aqui no Centro de Saúde, para receber o tratamento adequado”, frisou.
“Moradores da zona rural, que vivem na roça, que têm contato com a mata, com animais silvestres, são mais suscetíveis a desenvolver a doença”, acrescentou. A avaliação é feita através de testes de sensibilidade, além de exames complementares, como hemograma e de imagem, que permitem ao profissional da saúde fechar o diagnóstico. “O tratamento é feito pelo SUS. Em todas as unidades de saúde e aqui pelo Centro de Saúde também. Hoje temos 03 casos atualmente, todos os indígenas, estão fazendo o tratamento, junto com as pessoas que têm contato direto com eles”, destacou. Durante um ano, o paciente vai, uma vez por mês, na unidade de saúde, para receber o tratamento e a medicação. O paciente tem o acompanhamento e a primeira dose é supervisionada, para que confirmar a dose adequada e que ele receba as devidas orientações. Quando o paciente não fizer o tratamento de forma integral e correta, pode acontecer a reincidência da doença.
No Centro de Saúde (que atende as zonas urbana e rural do município) a população tem acesso a serviços de odontologia, psicologia, fisioterapia e nutrição, pediatria. “De segunda a sexta-feira nós fazemos atendimentos médicos e de enfermagem, de PCCU, vacinas, teste do pezinho, Proame, casos de urgência, curativos e marcação de exames”, disse.
“É prioridade da gestão municipal levar qualidade de vida e humanização a todos que precisam. O conhecimento é uma ferramenta importante para esclarecer a população sobre a causas e o tratamento correto para esta e outras doenças”, destacou o secretário municipal de saúde, Maurício Nascimento.
A iniciativa foi aprovada pelos pacientes. Para a autônoma Elielza Silva, as informações ajudaram a esclarecer sobre a doença, ainda cercada pelo preconceito. “Muitas vezes a gente não quer se aproximar destes doentes, não quer dividir talheres, o que está errado. Esta palestra veio para esclarecer sobre esta doença, o que foi muito bom”, elogiou.
Texto: Lívia Alfaia / Ascom PMA
Fotos: Alícia Lima / Ascom PMA